Segundo Friedrich Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, nascido em Röcken - Alemanha...:"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."
Estou começando a entender essa visão. Não são novos os acontecimentos trasncorridos em nossa alma. É que ela tem uma memória de minhoca, armazena apenas um dia por dia, e apenas aquele dia. Isso tem uma vantagem, como meu amigo Nietzsche exalta. Mas, também tem seus pontos fracos. Você pode correr o risco de cair nos mesmos erros, rir das mesmas piadas, morrer no mesmo veneno.
Quando uma criança leva uma queda de bicicleta, e rala o joelho, dificilmente isso impedirá ela de continuar(ou tentar aprender) a andar no meio locomotivo de duas rodas. Pode ser, que devido a lesão, ela passe uns dias em casa ou com receio/insegurança de voltar a pedalar. Mas creia que não impedirá dela tentar novamente. Sim, caro leitor, que existe você que ao cair pela primeira vez de bicicleta, já deixou-a na garagem para que a ferrugem e o mofo dominem. De um modo geral, os sofrimentos não impedem da continuidade do que causou aquele sofrimento.Quantas vezes eu não continuei pedalando e pedalando, mesmo após uma queda, com os joelhos ainda em carne viva? Só no banho que lembrava por causa do ardor da água em contato com o tecido conjuntivo.
Sentir o vento, o suor na fronte, a possibilidade de locomoção rápida, a competição sadia, o sol da manhã, tudo 'eufemisa' o risco de novas quedas, a dor de uma ferida, o tirintar dos ossos, de nosso andar.
As lembranças? Sim, elas ficam como cicatrizes. Não lembramos da dor, porque estávamos embriagados pelas sensações acima descritas. Mas ao ver a carne emendada, lembramos como foi a queda.
Divertimos mesmo assim, do causador de nossas marcas. No exemplo, não deixamos de andar de bike. Porque a vantagem de não escrever as tristezas na rocha, e sim na areia é essa: O mar da memória poderá apagar.
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